terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ano novo: tudo novo.

Mais um período de aulas se iniciou em nossa faculdade. E com ele, grandes novidades e certa confusão. Houve mudança da grade curricular sem grandes consultas aos estudantes, porém a grade ficou boa. O problema é a fusão das disciplinas dos três primeiros semestres entre os cursos de Ciências Políticas e Relações Internacionais.

Ainda é muito cedo para se tirar conclusões sobre o quanto isso é bom ou ruim. Quanto a nossa parte, é natural trabalharmos em conjunto com outros cursos devido a multidisciplinaridade de nossa formação. É bastante normal termos aulas tanto com as turmas de C. Políticas quanto as turmas de Direito, ou qualquer outra que nossas matérias exigem. Inclusive, a diversidade proporcionada por essa experiência tem dado bons frutos. Melhores do que quando a instituição consegue, de afogadilho, qualquer professor para dar aulas para somente os parcos estudantes de nosso curso.

A preocupação, entretanto, é outra. Os custos do curso serão divididos entre os estudantes? Ou haverá o mesmo preço da mensalidade para todos, ou a mensalidade ficará ainda mais cara? Haverão segregações entre os estudantes? Quando os trabalhos acadêmicos se iniciarem, serão respeitadas as diferenças entre os estudantes de CiPol e de RI? Haverá diferença de tratamento por parte da instituição?

São inúmeras perguntas que, dependendo da resposta, exigirão mobilização dos estudantes para que a situação seja mudada. É nosso direito exigir tais coisas e não um favor da instituição.

Aguardaremos vigilantes!

Bem vindos, calouros de Relações Internacionais!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

ENERI 2010!

Colegas,

Desde que o nosso curso teve sua inauguração, houveram duas edições do Encontro Nacional de Estudantes de Relações Internacionais, o ENERI, organizado pela Federação Nacional de Estudantes de Relações Internacionais. Porém, é um evento dispendioso se comparado com os demais encontros estudantis. Para que possamos levar uma boa delegação para Gramado, em abril de 2010, precisamos de muita organização, e boa captação de recursos.

Nosso curso esteve presente em apenas um desses encontros, e foi no ano passado através de nossa colega Anne. Esse ano, devido alguns problemas, ficamos sabendo do encontro tarde demais para qualquer possibilidade de organização.

Porém, o encontro de 2010 já está confirmado para a primeira quinzena do mês de abril. Teremos praticamente o tempo de uma gestação para que possamos participar desse importante evento.

Quando a gripe A deixar nossas aulas voltarem normalmente, vamos conversando.

Saudações internacionalistas!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

COMUNICADO URGENTE!

domingo, 3 de agosto de 2008

Nossa bibliografia: "Paradigmas das Relações Internacionais" (Parte 1)



Inaugurando a série de comentários sobre nosso curso, comento essa obra indicada na disciplina de Teoria das Relações Internacionais, que nesse semestre é comandada pelo professor Sérgio Lacerda. "Paradigmas das Relações Internacionais, de Gilmar Bedin et al., trata-se de uma coletânea de artigos escritos por professores renomados e presente em todas as bibliografias das disciplinas de Teoria das Relações Internacionais dos cursos de R.I. de Curitiba.


Longe de querer fazer uma resenha crítica sobre o livro, o propósito desse breve artigo é sugerir uma espécie de roteiro de leitura para os acadêmicos de Relações Internacionais. Primeiro, por respeito acadêmico às carreiras que cada autor de cada artigo dessa obra possui, e segundo, por eu também ser um acadêmico dessa disciplina, não possuo conhecimentos mais aprofundados suficientes para uma crítica de qualidade para qualquer resenha sobre esse assunto.

Texto 1. Introdução.

Podem ler sem maiores preocupações, pois cada ítem apresentado nessa parte será exaustivamente abordado por todos os autores e autora ao longo da obra. Não se sintam obrigados também em lê-la, não influencia muito no restante da obra. Compensa apenas ler a introdução para os mais ansiosos, pois é metódico na apresentação do conteúdo de toda a obra; além dos tradicionais agradecimentos, é claro.


Texto 2. O ideário da paz em um mundo conflituoso.

Provavelmente foi escolhido para ser o primeiro texto do livro por mera questão cronológica, pois didaticamente, poderia ficar após o texto 3 que o acadêmico teria um aproveitamento consideravelmente maior logo em suas primeiras leituras. O professor Shiguenoli Miyamoyo, é bastante conhecido no meio acadêmico e possui um vasto repertório de artigos sobre as Relações Internacionais. Entretanto, esse não é definitivamente o melhor artigo dele. Talvez por ser um assunto considerado por diversos pesquisadores "letra morta", ou seja, uma teoria que só interessa para historiadores do pensamento, mas que já fora enterrada pelos seus próprios partidários mais contemporâneos; o autor não tenha se dedicado como se dedicou em diversos outros artigos. E o resultado é um texto, com o perdão da palavra, "pra lá de chato". Confuso, tropeça em um monte de referências que, prestando-se mais atenção o que uma a uma quer dizer, torna o artigo bastante contraditório. Além de momentos em que o "fio da meada" simplesmente some, retornando abruptamente três ou mais parágrafos adiante. Por outro lado, e o mais importante, convida os leitores a uma reflexão em que se compara o idealismo, paradigma político estrutural das Relações Internacionais, enquanto "o ideário pacifista".


A idéia de um mundo utópico, com mecanismos práticos de uma política de paz perpétua é o eixo estruturante de todo o paradigma do idealismo. Nesse sentido, o texto é uma abertura para que o estudante de Relações Internacionais reflita sobre o que pensadores como Platão, pensadores católicos medievais, Thomas More, Ábade de Saint Pierre, Immanuel Kant, Kissinger, e o ex-Presidente dos EUA W. Wilson, acerca do realismo e saia pesquisando por aí com um pouco mais de esclarecimento sobre o que cada um colaborou para o paradigma idealista. No meio dessa bagunça de referências, surge um debate interessante, porém que é fruto de uma fantástica fuga de texto: os motivos que levaram a Liga das Nações fracassarem e o paradigma do realismo político se tornar hegemônico ao longo de quase todo o século XX. Mas como se trata de uma fantástica fuga de texto, o debate é apenas iniciado, e sendo respondido tão somente no texto 3. de Gilmar Bedin.


Texto 3. O realismo político e as relações internacionais.


Consideravelmente melhor escrito que o Texto 2., o professor Gilmar Bedin irá abordar, com certa exaustão didático-pedagógica, sobre o paradigma do realismo nas relações internacionais. É tão ilustrativo que a sua introdução poderia tranquilamente substituir mais da metade do texto de Miyamoto. Um ótimo texto para quem está completamente sem noção alguma do que se trata cada paradigma das relações internacionais. Quando o autor dedica-se ao realismo político então, consegue ser até um pouco cansativo tamanha a riquesa de detalhes que o autor acaba deixando escapar (afinal, ele não se propõe ser exaustivo, que considero apenas modéstia acadêmica dizer isso, pois ele acaba sendo exaustivo).


Sugiro que os acadêmicos, à excesão daqueles que não estudaram absolutamente nada sobre Maquiavel e Hobbes, pulem sem peso na consciência as partes que abordam sobre a biografia e a bibliografia de cada pensador abordado, e partam direto para os parágrafos finais de cada um desses onde reside a contribuição desses, de fato, para as relações internacionais. Aliás, podem pular, mesmo os que não possuem maiores conhecimentos também, pois ele não acrescenta nada de novo, e também por ser a única parte do artigo que ele escorrega em algumas generalizações que a própria academia costuma arrepiar-se quando um estudante o faz, imagine um professor de gabarito como Bedin.


Quem não tem a menor idéia sobre os pensadores Maquiavel e Hobbes escreveram, sugiro lerem a introdução referente a cada um deles nos livros da coleção Os Pensadores, consideravelmente um ganho de tempo e muito mais enriquecedor que os escorregões desse artigo. No que se refere ao Maquiavel, Bedin irá afirmar que sua maior contribuição para as Relações Internacionais, e para a ciência política principalmente, foi a separação que ele faz entre a política enquanto arte de governar, típica da tradição escolástica e peripatética, e a política enquanto a arte de se obter e manter-se no poder. Quanto ao Hobbes, o autor irá defender um Hobbes preocupado com a possível dissolução da Inglaterra, e seu temor à anarquia, antes de abordar a contribuição do autor de O Leviatã para as Relações Internacionais propriamente dita. Como eu disse anteriormente, sugiro que partam sem maiores dúvidas diretamente para essa parte, exceto se quiserem um refresco para a memória e uma estranha diversão intelectual com as "pisadas na bola" que Bedin incorre por generalizar alguns conceitos difundidos por leituras mais desatentas de Leviatã e O Príncipe.


Quando chega na contribuição direta de Hobbes para as R.I., o artigo é simplesmente genial! Com muita propriedade, Bedin irá demonstrar como o conceito de estado de natureza hobbesiano é fundamental para se entender a própria sociedade internacional. Uma espécie de guerra perpétua dado a anarquia da sociedade internacional graças a inexistência de um poder superior que regule todos os Estados, bem como a impossibilidade desse poder "supremo" entre os Estados serem intangíveis, dado a necessidade de soberania que cada Estado deve possuir. A única forma, salientada por Bedin, para se evitar um cenário de guerra perpétua, deve-se estabelecer uma política de equilíbrio de poder.


Depois, o artigo ruma para uma abordagem mais contemporânea e mais internacionalista do realismo político a até então filosófica e quase metafísica. Provoca um intervalo interessante para contextualizar a obra de Edward Carr "Vinte Anos de Crise 1919 - 1939" com uma apresentação de muito bom gosto sobre a Paz de Westfália e a formação da Sociedade Internacional Moderna. O Tratado da Paz de Westfália configura-se enquanto marco divisório entre a Sociedade Internacional que tinha o poder da Igreja enquanto hegemônico e a nova Sociedade Internacional que passa a ter no conceito de Estados soberanos esse poder hegemônico. Dessa forma, abrindo caminho para a hegemonia do pensamento realista na política internacional, ainda que o paradigma idealista tenha sempre convivido com relativa força nesse cenário até fins da Segunda Guerra mundial. Aliás, em poucas páginas, Bedin irá abordar com bastante objetividade sobre o tema que Miyamoto teve tanto trabalho e tantas divagações. Após contextualizar o brevíssimo predomínio do pensamento idealista no entre-guerras, finalmente Bedin irá partir para a conclusão de seu texto com os "pilares" contemporâneos do pensamento realista: Carr e Morgenthau. Logo, para quem leu o texto de Miyamoto e esteja bastante cansado para reler uma outra abordagem sobre o idealismo no entre-guerras, sinta-se à vontade para pular todo esse intervalo e partir direto para o "Edward H. Carr e a crítica ao Paradigma Idealista". E, daí por diante, até a conclusão do autor, eu sugiro uma "lenta e atenta degustação" do texto, pois é o filé mignon do texto, e provavelmente a parte que, de fato, irá nos interessar para nosso aprendizado no que diz respeito às Teorias das Relações Internacionais, sobre o paradigma do realismo político, propriamente dito.


OBS: Resolvi fazer em duas partes, pois ficaria um texto muito longo para os padrões de um Blog.
Saudações Internacionalistas
Michael Genofre

quinta-feira, 10 de julho de 2008

IV Frota da US Navy é uma realidade, e as preocupações também.


Desativada desde 1950, a IV Frota Naval da Marinha dos EUA retornou suas atividades desde o dia 12 de junho. Trata-se de uma divisão da esquadra estadunidense destinada aos mares Latino-Americanos, com potencial de navegação em águas internas. Na época de seu lançamento, logo após o fim da Segunda Guerra e início da Guerra Fria, tinha como objetivo patrulhar a costa e águas Latino-Americanas contra qualquer possibilidade de levante subversivo ou de origem soviética. Foi desativada logo no início da década de 50, porém o histórico de ingerências e intervenções diretas dos EUA na América Latina sempre foram traumáticas e um atentado contra a soberania desses países.
Ainda que o Governo Bush justifique a necessidade da IV Frota para missões de paz e solidariedade internacional, e combate ao narcotráfico, na América Latina, a decisão coincide com um momento ímpar na história da América do Sul. Crescimento econômico, blocos se unindo, descobertas de grandes reservas de petróleo, grande potencial alimentício, domínio das técnicas de biocombustível, e o mais preocupante para o Tio Sam, governos populares se renovando e se elegendo por todo o continente, fazem com que a preocupação com a IV Frota seja uma realidade.
Engana-se quem acha que as operações irão se limitar à região amazônica. A hidrovia Paraguai-Paraná é tão estratégico quanto o próprio rio Amazonas, resguardando as devidas proporções. Não foram poucas as manifestações de interesse estadunidense pelas áreas como Foz do Iguaçu, principalmente após o ressurgimento do Mercosul. A região sul do Brasil é área situada exatamente no meio entre o sudoeste brasileiro e Argentina, Uruguai e Paraguai. E até uma proposta de base militar dos EUA em Foz do Iguaçu, em nome de uma medida preventiva contra o terrorismo, foi tentada e barrada pelas características populares tanto do Governo do Paraná quanto do clima de elegibilidade de Fernando Lugo para a presidência do Paraguai. Governos populares como o de Cristina, na Argentina; Tabaré, no Uruguai; Lugo, no Paraguai; Hugo Chavez, na Venezuela; Bachelet, no Chile; Correa, no Equador; Morales, na Bolívia; e o próprio Lula, no Brasil; são riscos reais para um país como os EUA que, quando não consegue impor seus objetivos pela pressão econômica aos governos populares, não teme nenhum resultado de uma intervenção armada.

Esporte e Relações Internacionais (parte 2)

Quando se fala em eventos como as Olimpíadas, fala-se tanto de superação de limites atléticos e técnicos quanto de um cenário de divulgação institucional dos países, de suas propagandas ideológicas, tudo em um imenso palanque de discursos protagonizados pelas mais diferentes mídias. Interesses estatais e corporativos se atritam e convergem-se o tempo todo, tanto pelo seu poder político quanto pelos aspectos de mercantilização do esporte. E o profissional de Relações Internacionais pode ser peça-chave para que objetivos sejam alcançados com total excelência.


Lazer e espetáculo de massas, formadora de personalidade e de espírito combativo entre todas as classes sociais, propulsor do turismo e gerador de empregos diretos e indiretos, provedor de bens e serviços, desenvolvedor de pesquisas e tecnologias, além de instrumento de propaganda estatal e privada. Para o profissional de Relações Internacionais, definitivamente, não são os aspectos lúdicos ou competitivos que realmente importam, isso obviamente cabe aos organismos próprios do esporte. Há, porém, uma política sobre o esporte e outras tantas que acompanham o mesmo. O planejamento e a utilização da atividade desportiva no quadro das orientações políticas e administrativas, esses sim, objetos de interesse do profissional de RI. Essa política fornece uma infinidade de contratos, contatos, concorrências, relacionamentos entre Estados e entre interesses financeiros privados, além da disputa pelo prestígio e projeção internacional. Esses elementos, quando juntos, necessitam de uma abordagem multidisciplinar do qual o profissional de Relações Internacionais é o mais apto para tal. Esse profissional irá orquestrar os demais profissionais envolvidos como um maestro e sua orquestra para que se execute uma bela sinfonia. Vai, portanto, além da execução administrativa, além da contabilidade, além das questões jurídicas, além da medicina esportiva, e tantos outros ramos profissionais também importantes no mundo desportivo.


Conflitos de linguagem, rivalidades históricas, dificuldade para coexistência pacífica, são elementos considerados corriqueiros no cenário internacional. Mas no cenário esportivo, a velocidade em que se estabelecem e se resolvem esses elementos acabam sendo mais eficazes que qualquer organismo internacional político ou ainda ações bélicas. Uma ação descoordenada, sem profissionais capazes de se analisar o todo com propriedade e distribuir tarefas de acordo com os interesses políticos do próprio esporte e os demais interesses com ele envolvidos pode resultar numa catastrófica atuação, seja estatal ou privada, e podendo até mesmo desencadear conflitos de ordem diplomáticas.

Boa parte do sucesso que o país obteve com a realização dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, deveu-se aos profissionais de relações internacionais, ainda que em sua esmagadora maioria pertencentes ao quadro profissional do Itamaraty e do Ministério dos Esportes. Com a chegada de um evento descentralizado como a Copa do Mundo em um país de enormes contrastes regionais como o Brasil, esse profissional deverá ser requisitado em todas as esferas públicas, privadas e de terceiro setor. Quando falamos em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, que possuem razoáveis números de profissionais bem preparados para exercer as atividades de Relações Internacionais, dão confiança o bastante para que nessas cidades a Copa seja um sucesso. Entretanto, serão ao menos oito cidades, podendo chegar a doze, e nenhuma delas, a exceção das três citadas acima, possuem tranqüilidade no que diz respeito à inserção do profissional de Relações Internacionais. E cabe principalmente às comunidades acadêmicas desenvolver meios para que esse profissional seja bem quisto e exigido pelo mercado de trabalho a fim de se explorar ao máximo, e de maneira sadia, todos os potenciais que a Copa de 2014 oferece para o país.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Esporte e Relações Internacionais (Parte 1)

Sim, você que é ou será um profissional de relações internacionais tem tudo a ver com as Olimpíadas e a Copa do Mundo.



Quando na faculdade de Relações Internacionais, o indivíduo vai adquirindo conhecimentos científicos e potencial de pesquisas que o torna apto para abranger com competência os mais variados, os mais tradicionais, os mais típicos, e também os mais inusitados temas das disputas territoriais, lutas emancipacionistas ou expansionistas, das afirmações de nacionalidades e movimentos insurretos, rivalidades de toda ordem e classe, guerras, pazes, tratados, convenções, enfim, todo um aparato capaz de fazer do indivíduo um profissional apto para analisar a prática e a crítica diplomática, seja essa governamental ou corporativa. Entretanto, os atores políticos presentes em qualquer análise internacional se envolvem em temas dos mais diversos, o que exige que o profissional de Relações Internacionais tenha conhecimento acerca de temas como meio-ambiente, transferência de renda, recursos hídricos, bio-diversidade, e também o esporte.
Tratar o esporte enquanto mero "panis et circenses" em Relações Internacionais equivale ao equívoco, ou delírio, de atribuir qualquer espécie de culpa pela Argentina permitir a entrada de massas de ar polar que fatalmente irá derrubar as temperaturas em terras brasileiras. O esporte, há muito tempo, é tratado pelas principais potências mundiais, e recentemente pelo Brasil (em 1999 com a criação do Esporte ao Ministério da Cultura, e principalmente em 2003 com a autonomia plena com o Ministério dos Esportes), enquanto preocupação estatal e digna de orçamento e políticas públicas próprias, e seus objetivos são claramente econômicos e de disputa de poder.
Um evento como a Olimpíada é capaz de transformar balanças comerciais deficitárias em superavitárias em tempo recorde, como foi o caso da Austrália nas Olimpíadas de 2000. As Olimpíadas de Inverno em Salt Lake City foi de tamanha complexidade que não faltaram situações de desconforto diplomático e pronunciamentos de Chefes de Estado exigindo retratações ou mudanças. A Copa do Mundo do Japão e Coréia foi evento que obteve resultados diplomáticos melhores e em menos tempo entre as Coréias que ao longo de toda experiência das Nações Unidas sobre o assunto já conseguira obter. Além disso, provoca sensos de nacionalidades nos mais variados atores políticos, e um sentimento pátrio capaz de arrastar multidões e sensibilizá-los nas mais diversas causas sociais.
Em 2014 haverá Copa do Mundo no Brasil. Caberá à administração que será eleita nas eleições municipais atuais preparar todo o ambiente e as reformas urbanas e políticas necessárias para que os olhos do mundo recaiam com visões positivas sobre as cidades-sede dos jogos desse campeonato. Ao longo de 2009, 10, 11, e 12, cidades como Curitiba, uma das possíveis sede dos jogos, passará obrigatoriamente por profundas reformas, pelo menos em sua distribuição e desenvolvimento urbano e paisagístico. E, com a chegada de investidores, mega-corporações do esporte ou suas corporações ligadas direta ou indiretamente, poder estatal, política e organização social mobilizada em torno desse evento, certamente diversos profissionais internacionalistas valerão ouro no mercado de trabalho. O profissional de Relações Internacionais, tão inédito ainda nas mentes corporativas do conservador, e também um tanto atrasado em relação ao mundo, Paraná, certamente será requisitado para se atualizar e buscar garantir a excelência dos atores políticos e sociais no grande evento do futebol e da política internacional.
Nesse sentido, há um repto aos acadêmicos e às comunidades acadêmicas de Relações Internacionais: planejem, capacitem e divulguem as Relações Internacionais. O profissional capaz de enfrentar sem maiores vacilos as novas cidades internacionalizadas que renascerão com a Copa de 2014 e outros gigantes eventos esportivos.