quarta-feira, 9 de julho de 2008

Esporte e Relações Internacionais (Parte 1)

Sim, você que é ou será um profissional de relações internacionais tem tudo a ver com as Olimpíadas e a Copa do Mundo.



Quando na faculdade de Relações Internacionais, o indivíduo vai adquirindo conhecimentos científicos e potencial de pesquisas que o torna apto para abranger com competência os mais variados, os mais tradicionais, os mais típicos, e também os mais inusitados temas das disputas territoriais, lutas emancipacionistas ou expansionistas, das afirmações de nacionalidades e movimentos insurretos, rivalidades de toda ordem e classe, guerras, pazes, tratados, convenções, enfim, todo um aparato capaz de fazer do indivíduo um profissional apto para analisar a prática e a crítica diplomática, seja essa governamental ou corporativa. Entretanto, os atores políticos presentes em qualquer análise internacional se envolvem em temas dos mais diversos, o que exige que o profissional de Relações Internacionais tenha conhecimento acerca de temas como meio-ambiente, transferência de renda, recursos hídricos, bio-diversidade, e também o esporte.
Tratar o esporte enquanto mero "panis et circenses" em Relações Internacionais equivale ao equívoco, ou delírio, de atribuir qualquer espécie de culpa pela Argentina permitir a entrada de massas de ar polar que fatalmente irá derrubar as temperaturas em terras brasileiras. O esporte, há muito tempo, é tratado pelas principais potências mundiais, e recentemente pelo Brasil (em 1999 com a criação do Esporte ao Ministério da Cultura, e principalmente em 2003 com a autonomia plena com o Ministério dos Esportes), enquanto preocupação estatal e digna de orçamento e políticas públicas próprias, e seus objetivos são claramente econômicos e de disputa de poder.
Um evento como a Olimpíada é capaz de transformar balanças comerciais deficitárias em superavitárias em tempo recorde, como foi o caso da Austrália nas Olimpíadas de 2000. As Olimpíadas de Inverno em Salt Lake City foi de tamanha complexidade que não faltaram situações de desconforto diplomático e pronunciamentos de Chefes de Estado exigindo retratações ou mudanças. A Copa do Mundo do Japão e Coréia foi evento que obteve resultados diplomáticos melhores e em menos tempo entre as Coréias que ao longo de toda experiência das Nações Unidas sobre o assunto já conseguira obter. Além disso, provoca sensos de nacionalidades nos mais variados atores políticos, e um sentimento pátrio capaz de arrastar multidões e sensibilizá-los nas mais diversas causas sociais.
Em 2014 haverá Copa do Mundo no Brasil. Caberá à administração que será eleita nas eleições municipais atuais preparar todo o ambiente e as reformas urbanas e políticas necessárias para que os olhos do mundo recaiam com visões positivas sobre as cidades-sede dos jogos desse campeonato. Ao longo de 2009, 10, 11, e 12, cidades como Curitiba, uma das possíveis sede dos jogos, passará obrigatoriamente por profundas reformas, pelo menos em sua distribuição e desenvolvimento urbano e paisagístico. E, com a chegada de investidores, mega-corporações do esporte ou suas corporações ligadas direta ou indiretamente, poder estatal, política e organização social mobilizada em torno desse evento, certamente diversos profissionais internacionalistas valerão ouro no mercado de trabalho. O profissional de Relações Internacionais, tão inédito ainda nas mentes corporativas do conservador, e também um tanto atrasado em relação ao mundo, Paraná, certamente será requisitado para se atualizar e buscar garantir a excelência dos atores políticos e sociais no grande evento do futebol e da política internacional.
Nesse sentido, há um repto aos acadêmicos e às comunidades acadêmicas de Relações Internacionais: planejem, capacitem e divulguem as Relações Internacionais. O profissional capaz de enfrentar sem maiores vacilos as novas cidades internacionalizadas que renascerão com a Copa de 2014 e outros gigantes eventos esportivos.

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